sexta-feira, 22 de maio de 2009

saudade não tem fim.


"Ai que saudade do meu velho... Essa música me lembra tanto ele. Eu me lembro quando ele chegava da roça, e eu trazia uma xícara de café para ele e outra pra mim, ele se deitava na rede, e eu me sentava na cadeira ao lado, a hora passava e isso não fazia diferença alguma... Mas ele me deixou, o que eu posso fazer? Ele deve estar me esperando... Tomara que sim..."

- Ai que saudade do meu avô. Eu me lembro quando ele ia até a roça, e me levava junto, era um lugar longe da cidade mas eu não me incomodava. Estar ao lado do meu Herói era só que me fazia encher o peito. Me sentia o máximo, olhava pra ele com os olhos brilhando, e nem podia esconder o orgulho que eu tinha. Lembro quando ele me colocava nos ombros, e ficava passeando pela casa. Quando íamos passar por alguma porta ele sempre me alertava: "Olha o côco". Lembro também que sempre de madrugada eu ia tirar ele do lado da Didi na cama, porque estava com medo de dormir sozinha...

Até hoje, sempre que me lembro dele, vem aquela imagem do hospital. E por mais que eu tente pensar nas lembranças boas primeiro, é inevitável que elas venham antes... Aquela maldita imagem da cama do hospital. Eu mal podia olhar pra ele. Me escondia atrás da Vó Didi para chorar sem ele ver. Ele estava morrendo, e mesmo vendo aquela imagem não sabia que era tão grave. Achava que ele podia levantar dali a qualquer momento e voltar pra casa. Como sempre, todos esconderam as coisas de mim, e eu, nem pude dizer que o amava muito. Agora ele passeia pelo céu, junto de outra alma linda. E aqui, Vó Didi me diz toda a manhã: "Deus te abençoe filha". E é por isso que eu acordo todos os dias, é só por ela, minha heroína, minha jóia, meu bem mais precioso.