segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A caçadora de sorrisos

Para ler ouvindo: 




Enquanto suave a moça passava, uma estranha a observava zelosa num caminhar sempre tranquilo.
A estranha parecia sentir o que o coração da moça chorava.
Parecendo ter tudo planejado a estranha se aproxima, enquanto a moça lê um livro em uma sala...
A moça não esperava qualquer interrupção, mas a estranha oferece os fones de ouvido sem nada dizer e escolhe uma canção: A canção que mudaria seu dia, quase no fim para melhor.

Sentada ao seu lado a estranha observa a moça confusa apreciar a melodia, então, a estranha sai da sala e a moça põe-se a mergulhar na canção. Sem esperar abre um sorriso em seu rosto, pois uma estranha faz de seu dia monótono, quase no fim, um dia fresco como o odor das flores.
No exato momento em que a canção acaba, a estranha entra na sala. Era um andar meio desengonçado, talvez tímido. Gestos inquietos não disfarçavam o nervosismo nem mesmo em seus olhos, e que olhos...
Olhos que as lentes escondem... Apenas uma pessoa muito intensa poderia enxergar através da barreira transparente por incrível que pareça. E o sorriso...
Sorriso de criança girando no ar. Tinha o brilho que um poeta contempla.

A moça inquieta de curiosidade pergunta o porquê da música, elas mal se conheciam, por que o gesto de melhorar seu dia sem saber? A estranha levanta-se e diz:

- Eu explico depois, pode ser?

Por que explicar depois? Pensa a moça. Me mata de curiosidade, ai meus pecados...
 

- Diga ao menos de quem é a bela canção!

E sem ouvi-la a estranha se retira.
Minutos depois, a moça se levanta, estava cansada de tanto ler e resolve se refrescar um pouco.
Se retira da sala e a estranha passa pela moça, despercebida.
Se retira sem desviar o olhar do chão, e volta a sua sala. Quando a moça retorna ao seu lugar, repara em um bilhetinho escrito:

"Lisztomania
por Phoenix."

A estranha consegue outro sorriso espontâneo da moça.  

- O que ela quer?  
Quem pensa que é para me arrancar os poucos sorrisos que tenho assim?

  Diz a moça em pensamento. Mais alguns minutos se passam e a estranha aproxima-se:

- Viu o bilhete?

E a moça tranquila responde:

- Sim...

A estranha inquieta, não podendo esconder o nervosismo diz:

- Procure a tradução.

E a moça, tentando ler os olhos da estranha que parecem querer engolir o que olham, repete:

- Sim...

E não aguentando de curiosidade questiona o porque da música.
A estranha, mostrando-se mais nervosa ainda, responde com receio:

- Impulso.

Sem querer ela adivinhou o que a moça mais apreciava. A moça sorri com olhos brilhantes, pede com eles que alivie suas dores, que console o coração magoado, que traga musicas todos os dias, que a presenteie com aromas musicais, que traga notas coloridas: dó, ré, mi, fá...
A moça que sempre se mostrou tranquila, num segundo se mostra inquieta, leva até a mão da estranha um papelinho, bem pequenininho, amassado e com ele seu sorriso.
No papel dizia: 

"Sua música melhorou meu dia."

A moça não a viu ler, a estranha era muito tímida para abri-lo em sua frente e se retirou sem olha-la, jamais soube sua reação ao ler e ver que salvou um dia tristonho, mas deve sentir o coração com a intensidade que só as duas tem. Aquele gesto, jamais saíra dos olhos da moça, a tristeza cessara e ela pôde voltar a sorrir com lábios cantantes:

"Lisztomania, think less but see it grow... ♪"

Será que a estranha lê pensamentos? Se lê, pode ler o meu agora em algum lugar...
E se achares, traga-o de volta com uma canção qualquer...

Como diria Antoine...

Acordar com o sol pode ser uma experiência doce... Olhar a ultima estrela quase adormecida no céu azul de uma segunda-feira fresca e se despedir da lua minguante bem fininha que já ilumina seus últimos dias para a nova chegar.
Bom seria se isso fosse possivel até em sonhos, todos os dias. Melhor seria fazer por querer e não porque a maldita insônia coroe pensamentos e não permite que um corpo descanse... Café e cigarros tem sido meus únicos companheiros ultimamente... To sentindo um vazio tão tremendo, eu que nunca quis ir devagar no amor. Estava sentindo tão proxima minha companhia, e agora vejo distante onde a gravidade me impede de toca-la.
Algumas pessoas são apenas volume, quase vazias e tão invisíveis aos olhos quanto sua alma.
Conseguem ser facilmente enganadas por um sorriso morno e meio simpático.

E como diria Antoine de Saint-Exupéry: "Só se vê bem com o coração..."
E isso, parece ser impossível de ser entendido por corações distraídos...

domingo, 30 de janeiro de 2011

Dez minutos para sorrir

Gosto de pensar e escrever sobre coisas que normalmente acontecem em dois, no maximo dez segundos. Coisas que talvez, possam desviar o caminho e se perder de mim, ou acertar a trilha e me decepcionar... Mas o que seria de nós, se não fossem as inspirações de dez minutos?
Gosto de pensar que sorrir, pode ser minha vida daqui um tempo. Gosto de imaginar beijos e sussuros no sofá, cócegas e beliscões numa sala escura iluminada apenas pela luz da televisão e as falas de atores de um filme que não prestamos atenção, pois estamos muito ocupados sentindo cada segundo um do outro.
Cada risada, gritos de dor gostosa, sorrisos, olhares sérios e amorosos que surpreendem derrepente é aproveitável, pois não queremos perder nada...
Nunca consigo tomar um rumo muito normal no que escrevo, minha poesia não é para ser entendida, são apenas desejos de uma noite de borboletas proximas ao estomago. Também preciso parar de me agregar em tudo que escrevo...
Mas é tão bom imaginar como as coisas poderiam ser intensas e simples em um apartamento no Bela Vista...

Frustração gentil

E enfim, eu encontrei o ignorado... O desconhecido, oculto, magoado. Mas porque ele não responde ao elogio tão simples de uma garota fascinada por sorrisos? Eu penso que ele deveria compartilhar sonhos, e não rouba-los de mim.

Talvez tenha sido meus olhos distantes. Esse olhar vago não é suficiente para suprir a imensidão daquele sorriso que simula o encontro do sol com o mar. E então... O que fazer? Como recuperar o brilho dos meus olhos se o sorriso que me faz flutuar se descaminha de mim? Eu gosto de ser surpreendida, talvez seja pelo tédio rotineiro da minha vida, não costumo viver muitas surpresas, talvez a mais esperada esteja a caminho.

Eu costumava sentir algo intenso muito próximo de mim, mas derrepente não senti mais, senti longe... E isso foi frustrante. Mas eu prefiro continuar remetendo esperanças em meu coração. Acredito que aquele sorriso gentil vai descobrir que deve me fazer voar, cedo ou tarde... Me fazer voar.

Coisas belas

É como se eu fosse um livro, em que você apenas leu a primeira pagina e parou no primeiro ponto final por achar o começo estranho e sem graça. É diffícil não saber mostrar as coisas belas em você logo de cara.
Talvez eu nem tenha nada que impressione alguém, mas é tão triste quando as pessoas desistem de descobrir isso por elas mesmas...
Nunca vão saber que por trás desse tédio todo existe um parque de diversões onde você nunca se cansa de brincar e sorrir.

Entre Você e Eu

Ele: Como você faz isso?
Ela: O que?
Ele: Isso... Com os olhos...
Ela: O que eu faço com os olhos?
Ele: Sorri.
Ela: Como você faz isso com o sorriso?
Ele: O que eu faço com o sorriso?
Ela: Faz com que meus olhos escapem, transbordem....
Ele: Enquanto eu puder ver essas órbitas que emitem luz própria, nunca vou deixar de sorrir.

- Hoje Ela sente saudade e uma angústia louca...

Olá! Você é minha vida...

Eu não costumo abordar pessoas com muita frequência, talvez por medo de que pensem que sou louca.
Mas aquele sorriso era tão mágico, que eu não podia deixa-lo voar para longe de mim. Eu quero esse espetáculo brotando em meu jardim todas as manhãs. A semente eu já plantei, agora é só esperar crescer e perfumar.

Eu sei a improbabilidade desse sorriso me levar a algum lugar, mas sei que não devo procurar nele um lugar firme para descansar. A verdade é que eu não quero mais essa rotina morna do meu dia-a-dia.
Quero continuar pensando no significado daquele sorriso que exala convites doces e sacanas ao mesmo tempo. Mas com um sorriso tão convidativo e delicado, tenho medo que ele possa brilhar e apagar-se instantaneamente.

Amparo

As coisas as vezes tomam um caminho tão estranho pra mim... É como se eu perdesse totalmente a função básica de pensar. Eu tenho tanto pra ensinar mas as vezes acabo fazendo a coisa errada, como não conseguir sorrir com os olhos ou falar com o sorriso, eu costumava ser tão boa nisso...
 Hoje em dia as pessoas tem tanto medo de se mostrar.
Vivem dentro de um esqueleto metálico que protege o corpo de armas e lanças poderosas e eficazes, mas não imaginam que não potrege o coração e a alma enfraquecida...
As pessoas costumam me ver assim... Mas mal sabem elas que esse escudo na verdade é uma bolha de água e sabão que pode ser rompida a qualquer momento.

Sorria

Acordou mais cedo que o normal, isso não acontece com frequência. Mas fazer um café ralo muito doce e varrer a calçada enquanto o gato brincava com a vassoura até que fez bem a ela. Maria perguntou se ela estava inspirada aquela manhã, e ela disse que poderia continuar os sonhos que foram interrompidos. As coisas precisavam mudar e ela acreditava na beleza que era imaginar todas as pesoas um dia acordando com ar nos pulmões. Ela queria paz, e ir fundo nunca era passar do ponto.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Seu sorriso, amigo do sol

Você estava ali, sentado num canto quase que invisível aos olhos alheios e parecia estar todo para mim.
Era manhã e você tinha um rosto sonolento que eu tanto gosto. Vestia uma blusa folgada, um jeans escuro apertado e um tênis branco encardido, parecia que não queria mesmo ser notado. Lia um livro com tanta intensidedade, que parecida mergulhar.
Observei seus olhos passeando pelas letras com um olhar de concentração e eu mal podia ver seu rosto, pois o vento jogava seus cabelos castanhos lisos sobre o rosto.
Você parecia não se importar, só queria continuar sua leitura.
Marcou a pagina cautelosamente e fechou o livro guardando dentro de sua mochila onde pegou um cigarro.
Deu uma olhada rápida ao seu redor, e olhou para baixo com a fisionomia pensativa.

A maneira como se movia me encantava a cada simples gesto... O modo como levava o cigarro até a boca e soprava levemente a fumaça me carregava junto aos seus lábios vermelhos que se contraiam de lado.
Você mordia os lábios e balançava as pernas em sinal de impaciência.
Eu via ali um garoto com roupas apagadas que só queria ir para casa com seu rosto sonolento.
O sol caminhou e a telha que protegia seu rosto dele já não servia mais.
Então num olhar apertado contra o sol, enrugou a testa e abaixou a cabeça.
Fazia frio e você tremia sem poder disfarçar.
O sol era seu único abrigo, e o fato dele iluminar ainda mais seu rosto e suas bochechas coradas parecia não o incomodar muito.

Não queria mesmo ser visto, mas tudo em você discretamente chamava a atenção para quem sabia apreciar uma beleza de verdade. Não usava roupas estravagantes. mas seus olhos lançavam chamas por onde passava.
Até o gesto de descruzar a perna para cruzar outra era bonito em você.
Seus movimentos eram todos cuidadosos, suaves, como a fisionomia em seu rosto.
Parecia ser pacifico, sereno, mas se via pelo seu olhar sua personalidade forte.
Eu observava enquanto levava o cigarro até a boca e soprava suavemente a fumaça.
Alguém o chamou, e num susto, você voltou seu rosto para cima.
A luz do sol bateu novamente, e dessa vez, pude ver o sorriso que você escondia...
Se já era iluminado, o sol fazia sua parte.

Acenou não tão efusivamente, e voltou seu olhos para baixo.
Era incrível como em cada segundo você sabia como ficar cada vez mais irresistível com seu jeito menininho de olhar fixo e marcante.
Eu não sei como conseguiu ser incrivel em poucos gestos, também não sei como prendeu minha atenção, só sei que registrei essas cenas em minha memória, e as joguei em uma tela com um pincel...
Posso ver seu sorriso todos os dias.
E o olhar do garoto de roupas apagadas e fogo nos olhos...

True love away...

Eu parecia patética...
Mas por trás daquele sorriso, eu sabia que paredes estavam desmoronando e caindo em minha direção. Eu confesso que esperava mais daquele sorriso, mas quem iria imaginar que aquilo iria acabar tão mal? Quem poderia imaginar que aquilo seria o meu fim? Eu realmente acreditava que seria o inicio.

Pobre coração... Pobre borboleta que acreditou que iria provar do mais intenso perfume daquele lírio.

Ele me viu se aproximando, por que não foi me encontrar no meio do caminho? Só me acorde às oito por favor. Para eu jogar fora tudo o que idealizei. O que há de tão errado em ser feliz?