sábado, 31 de dezembro de 2011

...Mas ele sempre volta, e meu coração sempre aceita.

Nunca entendeu o hábito que o planeta fingiu de se agarrar em uma veste branca de réveillon, por isso ela se agarrava ao vermelho. Não pela paixão; mas apenas por gostar da cor que usava o ano inteiro. Por saber que nela já havia cor e como havia... Até as mortas tinham vida e como tinha.
Ela usava o vermelho, só por saber que a cor branca representava tudo o que não se colocava em cena.

Nunca entendeu o amor do mineiro, mas quando pedia com sentimento profundo: "-  Não me solta nem me aparta, só me deixe ser parte do teu interior." Compreendia o que era amor de verdade:

- Você já está bem forte dentro de mim. Você está aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
E sem arredar os olhos dele, ela apenas sorria nos detalhes do corpo que ele apontava:
- Você está aqui. Dizia colocando a mão aberta sobre o peito.
- Aqui. Enquanto esfregava os olhos.
- Aqui. Segurando levemente as mãos dela sobre os lábios.
- Aqui. Aquecendo o nariz contra o dela como os esquimós.
- E aqui.

- Onde? Perguntou com a voz suave bem próxima aos ouvidos do mineiro.

- Aí. Respondeu ele.

Um comentário:

Anônimo disse...

lindo texto! parece feito para alguem em especial! hahaha parabens!