Mas se você soubesse que não taparia o buraco da sua ferida, ou se eu soubesse que não seria incrível, mesmo aceitando você como a-salvação-dos-meus-dias-crises-solidão-medos-e-receios só para ser eterno enquanto fosse possível, será que estaríamos presos nessa maré de azar hoje?
O que eu quero dizer, é que errar faz parte da natureza humana. Erramos em pensar que você poderia ser meu talismã da sorte e eu o seu. Você meu pé de coelho e eu seu trevo de quatro folhas.
Talvez, talvez... Talvez define bem o que penso agora. Talvez seja ilusão, talvez... Mas você seria capaz de me trazer virtude, sim, se eu fosse tão ridícula a ponto de acreditar em talismãs.
Talvez tenha faltado emoção. Talvez o amor tenha escapado como água corrente entre os dedos que lava o corpo, mas não purifica o fiasco da alma. Tantas coisas escorregaram de minhas mãos e olha só, desta vez, was not my fault, baby. Desta vez te levaram de mim e eu nem precisei fazer uma burrada como aquelas que só eu sei como preparar.
Eu sou artista! Me invento sem saber. Crio e me dedico a arte de estragar tudo sempre. Essa habilidade perfeita de danificar tudo o que está próximo é bem elaborada por mim.
Eu tinha o amor aqui nas mãos, escapou. Eu poderia viver de carne, desejos e ausência de sentimentos, mas o sentimento está na minha carne e, sentir, é o que mais desejo. O que eu busco é alguém que tenha um radinho de pilha que esteja na mesma sintonia do meu. É muita intensidade aqui amorzinho, não se assuste. Perder já é costume e ninguém consegue acompanhar essa loucura aqui.
Quando amo, amo por partes, amo por dia.
Amo o sorriso, amo o olhar, amo a risada, amo o sono e o despertar. Amo as mentiras saudáveis, as verdades incompletas, as saídas escandalosas e as chegadas silenciosas. Quando amo, amo do meio-dia ao meio-dia. O amanhã não merece amor. O futuro é consequência do sentimento que canto hoje.
O que eu amo mesmo, são os segundos. Amo você, e eternizo esse amor durante 24 horas.
Olha... Eu sei que nos amamos muito depressa sem ao menos nos tocarmos e, no dia do encontro, esquecemos de nos levar a ele. Sei que é assim com você também. Quando acontece... Quando quero muito algo que seja o motivo do meu sorrir, esqueço de me levar. Meus sorrisos vão pela metade e minha mente fica num universo paralelo, é assim o tempo todo. Caminho com a sensação de que vou perder os sentidos e desmaiar em meio a uma multidão onde todos vão me olhar com estranheza, mas ninguém terá postura para fazer algo ou me trazer de volta, afinal, não há socorro. Não há o que fazer. Se meu corpo pede por descanso ou desfalece sem pedir licença diante de uma turba de gente reunida no ponto mais cliché e sem graça da cidade num domingo nublado e abafado, que eu caia. Que morra ou adormeça para sempre. Dormir é sempre o melhor remédio. Sonhar é mais divertido. Mais emocionante.
Deixa eu ir para a cama, os sonhos me esperam.
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Aventurar-se
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Sim, eu confesso: Foi estranhíssimo dizer que a tempos estou aqui e te espero mas, depois de tantos anos sem reconhecer a ousadia, minha vida atreveu-se a gritar com o pingo de força que restava: - ARRISQUE-SE!
Então, eu arrisquei...
Sim, eu confesso: Foi estranhíssimo dizer que a tempos estou aqui e te espero mas, depois de tantos anos sem reconhecer a ousadia, minha vida atreveu-se a gritar com o pingo de força que restava: - ARRISQUE-SE!
Então, eu arrisquei...
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
O Herói da minha infância
Com 6 anos de idade, eu usava a camiseta do meu time do coração que, na época, era patrocinado pela Kalunga. Ele com 7, usava a do time rival que era patrocinado pela Tam. As camisetas eram detalhes sem atenção mas sempre me lembrei ao longo dos anos, pois delas nasciam discussões que eram rapidamente esquecidas quando um dos dois inspirava uma nova brincadeira. Essa é uma das lembranças mais fortes que tenho.
Para ler ouvindo: Primeiro de agosto.
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Comprei uma caixinha com lápis de cor, e hoje tento colorir todos os trechos das páginas que vivemos na Rua Pimenta Filho. Tentei manter os tempos e as ocasiões, mas sem perder os passos que o livro da nossa história riscou. Tentei te ouvir tantas vezes em 365 dias, mas as palavras eram interrompidas, então, eu arrisquei agarrar os sorrisos, alcançar seus abraços e segurar as lembranças.
Poucas horas se passaram em um ano, e seu sorriso ainda é o mesmo. Tantas vezes te vi em sonhos, e seus olhos continuam verdes. A mania que tenho de ir até o portão dia de domingo me acompanha sem razão e, a teima de acreditar que você ainda está ali, segue sem pensar em parar.
Os clássicos Paulistas já não despertam interesse. Nada aqui é incrível pois você levou toda a lembrança que eu tinha de uma época saudável em um amigo de infância.
Escuta, sinta, veja, não sei quais são os sentidos que usa agora. Não é uma data que me faz te falar por escrita, pois você sabe que te falo em pensamento todos os dias desde que se foi. Não é só por hoje, pois foram todas as horas principalmente as de céu noturno até adormecer e falar em sonho. Mas é que bate uma saudade. Uma falta de acenar do portão, sabe? De sentar na calçada e comer manga verde com aquela mistura que só você sabia como preparar. Uma carência de lembrar em pessoa do nosso princípio.
Me orgulhava, pois você era motivo pra se ter orgulho. Não sei, mas minha vontade é de te falar tudo o que foi pra mim sem pausa sem ponto final exclamação virgulas nada. Tô com vontade de te atropelar com palavras confusas que não saem, mas o que eu sinto agora você também sente e sabe.
Nada pode substituir as suas cores hoje, então eu vou deixando tudo assim, em preto, branco e vermelho por você, mas assim vai ficar, mais preto e branco que vermelho. Vai ficar enquanto você não vem. E não há como vir. Ta confuso, eu sei, mas é porque ta doendo. Talvez se você estivesse aqui, eu teria facilidade para colocar a fala em ordem e dizer que te amo e sinto sua falta, mas só posso disparar as palavras e dizer que em primeiro de Agosto não esqueci o desgosto e nem seu rosto.
Não é porque é primeiro de Agosto, você sabe menino, que foram todos os dias. Todos eles se foram em tão pouco tempo e não passei um sem pensar em você. Mas é que primeiro de Agosto, leva o nome de uma música que tanto gosto e, agora, levou você de mim sem pedir licença. Aquele domingo amanheceu nublado no mês da mais bela primavera que está com você agora. O verde que brincava em vários tons no seu olhar se escondeu quando você se foi para um sono profundo e eterno.
Sim, as cores da Pimenta Filho se apagaram com revolta e eu juro que tentei, mas elas tomaram a decisão de partir com você, que sempre foi o vilão vitorioso das brincadeiras, mas no fundo, no íntimo, sempre foi (e será) o herói da minha infância.
Com amor: Thalita.
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Renan Neves dos Santos
07/07/1989
01/08/2010
Para ler ouvindo: Primeiro de agosto.
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Comprei uma caixinha com lápis de cor, e hoje tento colorir todos os trechos das páginas que vivemos na Rua Pimenta Filho. Tentei manter os tempos e as ocasiões, mas sem perder os passos que o livro da nossa história riscou. Tentei te ouvir tantas vezes em 365 dias, mas as palavras eram interrompidas, então, eu arrisquei agarrar os sorrisos, alcançar seus abraços e segurar as lembranças.
Poucas horas se passaram em um ano, e seu sorriso ainda é o mesmo. Tantas vezes te vi em sonhos, e seus olhos continuam verdes. A mania que tenho de ir até o portão dia de domingo me acompanha sem razão e, a teima de acreditar que você ainda está ali, segue sem pensar em parar.
Os clássicos Paulistas já não despertam interesse. Nada aqui é incrível pois você levou toda a lembrança que eu tinha de uma época saudável em um amigo de infância.
Escuta, sinta, veja, não sei quais são os sentidos que usa agora. Não é uma data que me faz te falar por escrita, pois você sabe que te falo em pensamento todos os dias desde que se foi. Não é só por hoje, pois foram todas as horas principalmente as de céu noturno até adormecer e falar em sonho. Mas é que bate uma saudade. Uma falta de acenar do portão, sabe? De sentar na calçada e comer manga verde com aquela mistura que só você sabia como preparar. Uma carência de lembrar em pessoa do nosso princípio.
Me orgulhava, pois você era motivo pra se ter orgulho. Não sei, mas minha vontade é de te falar tudo o que foi pra mim sem pausa sem ponto final exclamação virgulas nada. Tô com vontade de te atropelar com palavras confusas que não saem, mas o que eu sinto agora você também sente e sabe.
Nada pode substituir as suas cores hoje, então eu vou deixando tudo assim, em preto, branco e vermelho por você, mas assim vai ficar, mais preto e branco que vermelho. Vai ficar enquanto você não vem. E não há como vir. Ta confuso, eu sei, mas é porque ta doendo. Talvez se você estivesse aqui, eu teria facilidade para colocar a fala em ordem e dizer que te amo e sinto sua falta, mas só posso disparar as palavras e dizer que em primeiro de Agosto não esqueci o desgosto e nem seu rosto.
Não é porque é primeiro de Agosto, você sabe menino, que foram todos os dias. Todos eles se foram em tão pouco tempo e não passei um sem pensar em você. Mas é que primeiro de Agosto, leva o nome de uma música que tanto gosto e, agora, levou você de mim sem pedir licença. Aquele domingo amanheceu nublado no mês da mais bela primavera que está com você agora. O verde que brincava em vários tons no seu olhar se escondeu quando você se foi para um sono profundo e eterno.
Sim, as cores da Pimenta Filho se apagaram com revolta e eu juro que tentei, mas elas tomaram a decisão de partir com você, que sempre foi o vilão vitorioso das brincadeiras, mas no fundo, no íntimo, sempre foi (e será) o herói da minha infância.
Com amor: Thalita.
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Renan Neves dos Santos
07/07/1989
01/08/2010
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