... Tudo começou quando desliguei a TV e estiquei as pernas na mesinha de centro da minha sala dos sonhos.
Não era natural fazer este ritual no fim do meu repouso mas, um dia, eu tinha que mudar as coisas de lugar. Comecei alterando a ordem dos detalhes; primeiro me amo, depois amo outro.
Naquele lance de ocasião, tentei formar ideias para encontrar uma única definição para a palavra A-M-O-R. Me caíram várias. (Tudo o que eu não queria).
Primeiro pensei que amor era quando tu não enjoava de beijar a mesma boca todos os dias. (Isto poderia sim ser amor)
Depois, pensei que amor era sentir o mesmo cheiro e o gosto que tem o sorriso de quem te sorri, sem recusa.
Era ter paixão até nos pelos do corpo, cada um.
Quando ajeitei a postura e acendi mais um cigarro, pensei num abraço do tamanho do meu cansaço e então, encontrei a explicação. Clara e breve: "Amor, é quando seu cansaço é do tamanho de um abraço."
Ah, mas meu cansaço é do tamanho do seu abraço e eu arrisco soltar as mãos do meu equilíbrio para me atirar nele...
- Se há amor e dor, pensei, por que não me atrever no amor?
...Me lembrei também, que amor era não sentir necessidade de ser amada. Era amar sem querer nada em troca... Era só amar e amar e amar sem descanso nem pausa...
Amar, era ir de encontro a uma liberdade doce de provar.
Então dei início as definições para a palavras L-I-B-E-R-D-A-D-E.
Parei.