segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Quando Alpha se foi

Em uma constelação, há sempre uma estrela que brilha mais do que todas as outras. A estrela Alpha.
Todos os dias quase de noite, eu corro até o portão para ver a primeira estrela chegar: Sírius, a estrela mais brilhante no céu noturno.

Nos últimos dias, fui presenteada com uma estrela Alpha só para mim. Mas se bem que, ou eu acreditava que tinha, ou eu não teria nenhum de seus raios zelosos. Como fabrico meus próprios sonhos e gosto disso, prefiro pensar que tinha. Minha Alpha, além de emitir luz própria, podia iluminar meus dias também. Não era egoísta, não ficava com o brilho todo só para si, sua luz era infinita. E além de me presentear com sua presença, me iluminava também com palavras afinal, presentear é iluminar. A estrela não se cansava de iluminar meus dias cinzas, e seus elogios eram tão intensos e inacabáveis quanto seu brilho. Um dia que talvez fosse comum para muitos, para mim era azul e quente. A estrela me presenteava com sorrisos e risadas que eu adorava, mas escondia a satisfação e guardava dentro do peito só para mim. Ao contrario dela, eu fui egoísta. E apesar de todo sentimento que eu tinha pela estrela, eu não a elogiei como merecia, e ela se foi...

Hoje, essa estrela não ilumina mais minhas noites. As madrugadas são frias, eternas... E suas palavras doces já não fazem brotar flores em meu jardim. Meu único consolo é ver Sirius no céu, mas o dia passa tão lento ultimamente, que quando ela chega para suprir um pouco da minha dor, seu brilho não é o suficiente.

Todo ano, a estrela Sirius se alinha ao cinturão de Órion, mais conhecido como "As três Marias" Isso acontece em toda noite de natal, mas poucos conseguem ver, pois estão ocupados demais vendo a chegada do tio gordo que se veste de papai noel.
Todos os anos eu vejo o meu espetáculo particular no céu de Dezembro. Mas ainda é Fevereiro, e penso se vou sobreviver até lá sem a minha estrela, para presenciar o show de magica que poderia ser só nosso.

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