segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Não reprima, se cure.

Para ler ouvindo: Frank Sinatra - That's Life. (that's what all the people say...)


"Se limpa de tudo que te causa dor aguda e azeda seu sorriso."

Parei de fechar os ouvidos para o que eu mesma aconselho. To varrendo o apego e não é pra debaixo do tapete, é pra fora de mim, pra fora de casa, pra fora da cidade até que desapareça para sempre. To me adiantando de mim, do tempo que perdi, do que é ruim dentro de mim e isso está de fato me fazendo um bem que não se pode deter.

Parei com as oscilações de sentimentos. Uma hora te amo, uma hora te odeio... Agora é real, to apenas me limpando. Chorei tudo aquilo que não havia chorado quando me faltava tempo. Novo emprego, estudos, família, amigos, finanças, problemas, problemas, problemas... 
Chorei um choro tão ofendido, que chegava a me ofender também. Ofendia meu coração, ofendia minha alma, meu sorriso, minha poesia... Ofendia tudo de mim... Estávamos em mesma sintonia e era notável, falávamos a mesma língua, -razão, razão, razão...- Nós éramos presentes na mesma vontade de despedida. Me esvaziei de tudo aquilo que transbordava em mim: Dor, saudade, agonia, apego, desgaste... Agora to abrindo espaço pra tudo que me faz bem de verdade.

Abri todas as portas da casa, inclusive as janelas. Aquele cheiro de você está saindo e eu quase não me lembro do som que tem na tua voz. É tão bom ver a luz entrar, e eu já nem me lembrava que Maria havia plantado lírios no jardim.
To aprendendo a viver sem alguém que vive bem sem mim, e isso está me fazendo um bem tão ilimitado, que seria pecado moderar.

Um comentário:

Augusto disse...

muito bom, muito bom mesmo.
a última frase fechou com chave de ouro.
de fato, é pecado moderar o bem ilimitado.


p.s.: me deves um café. =*