domingo, 20 de fevereiro de 2011

Amor de metrô parte II

Estação santa cruz, 18:18 hrs. O garoto olhou para o relógio e sorriu.
Ele gostava de brincar com as horas. Sempre que olhava para o relógio, as horas e os minutos estavam iguais. Estava sentado no mesmo banco de sempre, e desde que chegou não conseguia olhar para o lugar onde havia visto a garota magra de bochechas rosadas.
Não conseguia tirar da cabeça a cena que havia apagado todos os detalhes de sua garota da estação. Se perguntava o tempo todo: "Por que fui tão ganancioso?" Ele poderia ter ido devagar, mas foi com muita sede ao pote, queria mais, e ficou sem nada. Nunca mais havia visto a garota, e também, não sabia porque estava tão intrigado com a aquilo... "É só uma garota, não a minha vida" Ele nem a conhecia, e decidiu não pensar mais nisso...

Já haviam passado semanas, e seus olhos sempre se voltavam para o lugar da garota involuntariamente, mas fazia isso pois sabia que não a veria ali. Talvez as olhadas fossem para recuperar os detalhes que aos poucos foram se apagando de sua mente. "Tudo bem." Pensava ele. "Não devo dar tanta importância a isso."

Talvez eu deva contar mais sobre esse garoto... Seu nome era Fellipo, tinha 21 anos, olhos negros e uma pele que qualquer atriz de hollywood gostaria de ter. Apesar de muito bonito, não tinha muita sorte com as garotas, era muito tímido, e os assuntos que o agradavam, não eram os mesmos que agradavam a maioria das garotas cabeças de vento com quem ele se relacionava. Também não fazia muita questão, ele espantava as garotas muitas vezes de propósito, para evitar ter que dizer isso diretamente a elas. Ele gostava de garotas inteligentes, mas nunca as encontrava.

Ele era discreto, não falava muito, mas seus olhos eram espertos. Conseguia observar tudo a sua volta, e era bom em decifrar gestos. Certa vez confortou com uma flor uma senhora que chorava baixinho em um ponto de ónibus. E elogiou o sorriso triste de uma mulher que tentava mostrar ao filho que ia acabar tudo bem, ela sorriu com outra frequência e conseguiu passar mais segurança ao menino.

Ele era o tipo de garoto que não se importava em andar pela rua cantando, e não tinha vergonha de confortar desconhecidos. Mas ele não imaginava que além dele, existia mais alguém que costumava surpreender pessoas.

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